A partir de 1856, como consequência do declínio econômico do extrativismo de ouro de Minas Gerais, os produtores buscam outras fontes de subsistência. Em 1888, com a exaustão da terra do Rio de Janeiro e a abolição da escravatura, o café fluminense vem para São Paulo, dando origem ao ciclo paulista desta cultura.
AOs paulistas encontram mão-de-obra nos recém-chegados imigrantes italianos e espanhóis. O próprio imigrante ganha, aos poucos, parte da terra que ele veio cultivar e se instala como proprietário. As grandes produções culminaram no desenvolvimento de ferrovias para o transporte. Acompanhando as transformações da economia brasileira, o café expandiu suas fronteiras para o centro-oeste de São Paulo.
As plantações começaram a tomar o espaço antes ocupado por mata. A região vai, finalmente, povoando-se. Bauru era um pequeno arraial na serra de Agudos em 1893.
Os posseiros entravam em sangrentas lutas com os índios Kaingangs, moradores nativos da região de Presidente Alves. Esses desbravadores começaram a erguer as primeiras casas de pau-a-pique e formar a Vila nas terras do Rio Feio por volta do ano de 1898.
O desenvolvimento só chegaria mesmo a nossa região com o avanço das linhas férreas. Em 1904, chegam a Bauru os trilhos da Sorocabana. Um ano mais tarde, iniciam-se os trabalhos da Ferrovia Noroeste do Brasil (NOB), que tinha por finalidade ligar Bauru a Cuiabá. O objetivo inicial foi alterado com o decorrer dos anos, mudando para Bauru-Corumbá.
A estrada de ferro foi se expandindo em busca de locais já povoados, como aqui. Os confrontos com os índios Kaingangs tornavam-se mais violentos. Os nativos se defendiam com flechas e tacapes, enquanto os noroestinos usavam trabucos e carabinas. Como resultado, obteve-se um extermínio quase completo das comunidades indígenas. Da população de quatro mil índios no início do século XX, restaram apenas 173
De trechos em trechos, conforme avançava a linha férrea da Noroeste, uma estação era erguida, onde nasceria uma cidade em breve. Em 1905 nascia Presidente Alves, que se desenvolvia rapidamente com as plantações de café. Em 27 de setembro de 1906 era inaugurada a estação da nossa cidade, feita em madeira e de condições precárias. Nesta época, o prédio ainda não era o que conhecemos hoje. Este mais novo foi inaugurado em 26 de outubro de 1916 e, atualmente, abriga o Projeto Criança, programa social de apoio a crianças e adolescentes da cidade.
Novas ruas foram abertas paralelamente à ferrovia, como a Nove de Julho e a João Pessoa. Casas de pau-a-pique foram erguidas e o antigo povoado do Alto Tabocal passou a se chamar Presidente Alves, em homenagem ao presidente da época, Francisco de Paula Rodrigues Alves.
De acordo com o livro Zona Noroeste (1928), “as terras que compreende o município de Presidente Alves são de primeira qualidade e julgadas as melhores de toda a zona Noroeste. Dai o grande incremento que de começo teve a sua lavoura” (sic).
A cidade recebeu imigrantes espanhóis, portugueses, italianos e sírios, o que contribuiu para a mistura étnica do nosso povo. O município atraiu, posteriormente, descendentes africanos e orientais. Presidente Alves foi elevado a distrito de paz pela Lei Nº 1428, de 03 de dezembro de 1914 e incorporado ao município de Avaí pela Lei Nº 1672, de 02 de dezembro de 1919. Até então, a cidade era distrito de Bauru. Torna-se município em 02 de dezembro de 1927, pela Lei Nº 2216. Como município instalado e datado a 28 de março de 1928, foi constituído como distrito de paz de Presidente Alves. Desde 30 de novembro de 1944, o distrito de paz de São Luiz do Guarucanga foi anexado ao território alvense, desvinculando-se do município de Avaí, por força da Lei Nº 14334.
Segundo o livro Zona Noroeste (1928), os fundadores de Presidente Alves, que aqui chegaram em 1907, são Luiz Wolf, Mário Pimentel (construtor da primeira casa de barro), Roque Xisto, Benedito Caçapava e Oscar Setúbal – primeiro chefe de estação da cidade. “Esses poucos homens que a estrada de ferro juntou, sem pretensão e sem alardes, foram os fundadores da cidade. (...) Presidente Alves, desde a fundação da sua estação, que lhe deu o nome, não parou, alargando cada vez mais o círculo de atividade inicial” (Zona Noroeste, 1928).
O alemão Luiz Wolf plantou nestas terras 10 mil pés de café em 1907, dando início ao ciclo do café em nossa cidade. Em 1925, uma crise se abateu sobre a região noroeste. Presidente Alves, contudo, manteve-se sólida devido à força do comércio com São Paulo, tornando-se uma das poucas praças que resistiram à crise.
AEntre os primeiros moradores da cidade, estão Joaquim Pereira de Carvalho, que hoje dá nome ao estádio municipal, Coronel José Garcia, que doou o terreno para construção de uma escola – onde hoje abriga a Prefeitura Municipal, Mário Pimentel e Antônio Domene. São pessoas importantes para o município por terem dedicado valiosa contribuição para os primeiros passos da cidade de Presidente Alves.
Em 1928, Presidente Alves contava com cerca de 10 mil habitantes, 374 residências, 150 estabelecimentos comerciais, 37 estabelecimentos industriais e 58 propriedades agrícolas e pastoris. Estavam registrados 253 automóveis na cidade. Dentre os profissionais atuantes, contava com cinco médicos, três dentistas e quatro farmacêuticos.